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Ateliê Editorial reedita ‘Finnegans wake’, de James Joyce, na premiada tradução de Donaldo Schüler

Ateliê Editorial publica a famosa edição de seu catálogo – agora em volume único e não bilíngue – de Finnegans Wake, último romance de James Joyce, lançado em 1939. A obra virá com a premiada tradução e notas explicativas do professor Donaldo Schüler e prefácio de Henrique P. Xavier. O livro está em pré-venda, com desconto, no site da Ateliê Editorial até o dia 20 de maio (clique aqui)

Donaldo Schüler é doutor em letras e professor livre-docente pela UFRGS. Traduziu Heráclito, Sófocles e Joyce. Como ficcionista publicou Império Caboclo, O Homem que Não Sabia Jogar, Martim Fera, entre outros. Pela Ateliê, traduziu Finnegans Wake, trabalho ganhador do Jabuti de 2004, Prêmio APCA de 2003, entre outros. Publicou também pela Ateliê Na Conquista do Brasil, Joyce Era Louco? e Literatura Grega: Irradiações.

Leia um trecho do texto introdutório por Donaldo Schüler

Por flores e por floras, por faunas, por vidas e por vias, flui Finnegans Wake, o romance e o rio, o romance-rio. E fluem recordações, estilhaçadas, entrelaçadas. Como os átomos epicúreos, os fragmentos joycianos caem em efêmera e progressivas combinações…

O romance alude, incorpora, modifica e parodia número imenso de obras, núcleos, seminais de nova floração. Não há página sem evocações literárias – as bíblicas superam todas – como se Joyce quisesse abarcar tudo o que se escreveu, fazendo todos os textos um livro só…

Quem vem do Ulisses ao Finnegans Wake passa da narrativa em vigília à narrativa ao despertar, relato de um sonho que envolve o universo. O romance não registra a experiência onírica de uma das personagens. Finnegans Wake desdobra o mapa de uma mente ampla como o universo. O sonhador não sonha para alguém sobre algo num código conhecido. Acontecido fora da interlocução, o sonho quebra as cadeias da subordinação. Joyce proclama na formação de palavras, de frases, de cenas processos que avizinham do método imperativo de Freud…

O sonho navega por águas que a vigilância comprometida com o socialmente aceito deliberadamente ignora. Desejos culposos emergem envolvidos em papel vistoso, fitas e cartão de felicitações. A beleza sonora, rítmica e verbal de Finnegans Wake esconde violência, sentimentos proibidos, indecências. Parte da obscuridade dirigida a leitores atilados tem esta origem. Para se fazer entendido, o texto oferece muitas versões do mesmo código cifrado. Os nomes e caracteres emergem lentamente, às apalpadelas, aos pedaços.

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