Nos 700 anos da morte de Dante Alighieri (1265-1321), a Ateliê Editorial reedita a Divina Comédia, uma das obras-primas da literatura mundial. E reedita mantendo o texto e o projeto gráfico inovador da edição anterior (leitura descendente nos círculos do Inferno e leitura ascendente no Paraíso). Além de trazer de volta a primorosa tradução do erudito italiano João Trentino Ziller publicada originalmente em 1953, em Minas Gerais – a presente reedição do poema oferece as ilustrações de Sandro Botticelli, perdidas durante séculos e identificadas somente na década de 1980. Adquire o seu exemplar no site da Ateliê Editorial (CLIQUE AQUI).
Tradução e Notas: João Trentino Ziller
Apresentação: João Adolfo Hansen
Notas à Comédia de Botticelli: Henrique Xavier
Ilustrações: Sandro Botticelli
Dante Alighieri (1265-1321) foi escritor, poeta e político italiano. É considerado o primeiro e maior poeta da língua italiana, definido como il sommo poeta (“o sumo poeta”). E tal é a sua grandeza que a literatura ocidental está impregnada de sua poderosa influência, sendo extraordinário o verdadeiro culto que lhe dedica a consciência literária ocidental. Foi muito mais do que literato: numa época onde apenas os escritos em latim eram valorizados, redigiu um poema, de viés épico e teológico, La Divina Commedia (A Divina Comédia), o grande poema de Dante, que é uma das obras-primas da literatura universal e um dos pontos mais altos atingidos pelo espírito humano. Foi injustamente exilado. O exílio foi ainda maior do que uma simples separação física de sua terra natal: foi abandonado por seus parentes. Apesar dessa condição, seu amor incondicional e capacidade visionária o transformaram no mais importante pensador de sua época.
Giovanni Francesco Ziller nasceu no Tirol, em 1878. Estudou nas melhores escolas de sua província, especializando-se em latim. Veio para o Brasil, com 24 anos, ordenado sacerdote, para trabalhar como professor. Adotou o nome de João Trentino Ziller quando se naturalizou brasileiro. Tornou-se conhecido em longo ministério junto à Igreja Metodista do Brasil. Casou-se, teve numerosos filhos genuinamente brasileiros, como ele mesmo se sentiu brasileiro. O exercício do magistério deu ao Prof. Ziller crescente familiaridade com a língua portuguesa. O conhecimento profundo do latim, do grego, o convívio com a literatura europeia e o manejo frequente com os clássicos foram sempre a base de seus sermões, conferências e de seus livros, que foram vários. Sua obra maior, que levou 25 anos dedicados ao trabalho da tradução da monumental obra de Dante Alighieri, a Divina Comédia, é aqui apresentada nessa edição especial, acompanhada dos desenhos originais de Sandro Botticelli.
João Adolfo Hansen é professor titular de Literatura Brasileira na Universidade de São Paulo, com trabalhos inovadores sobre Guimarães Rosa e sobre literatura do período colonial, especialmente Gregório de Matos e Antônio Vieira. Pela Ateliê Editorial publicou A Sátira e o Engenho – Gregório de Matos e a Bahia do Século XVII e Estudos sobre Vieira.
Alessandro di Mariano di Vanni Filipepi ou Sandro Botticelli (1445–1510), pintor italiano, foi aprendiz no ateliê de Filippo Lippi, estudou na Escola Florentina do Renascimento e também recebeu influência da pintura do Quatrocento e do Gótico tardio. Suas obras tardias revelariam ainda um expressionismo trágico, de agitação visionária, fruto certamente da pregação de Savonarola. Sandro Botticelli usava todas as cores, em especial cores frias. Foi ainda destacado retratista e seu talento excepcional de transpor para a linguagem formal as concepções de seus clientes tornou-o um dos pintores mais disputados de seu tempo. Sua reputação, alvo de um curto reavivar de interesse no século XVI, logo esvaiu-se, e somente com o reaparecimento de uma crescente curiosidade pelo Renascimento, registrada no século XIX, e, em particular, pela interpretação filosófica de suas obras, é que sua arte volta a adquirir o êxito e a fama que mantém até hoje.