Nesta semana, comemorou-se o Dia do Vestibulando. São milhares de estudantes, no Brasil todo, que a cada ano se preparam para tentar ingressar em uma faculdade, escolhendo uma profissão por meio da qual muitos deles querem ajudar a mudar o mundo. Mas, para isso, é preciso ter uma formação intelectual ampla, que os ajude a interpretar o mundo, a fazer conexões e observar criticamente a realidade ao seu redor.
Por isso, para além das listas de leitura obrigatória dos vestibulares, os livros devem sempre acompanhar aqueles que têm a intenção de deixar sua marca no mundo. Por isso, hoje, o Blog da Ateliê sugere uma lista de livros que, independente de estarem nas listas dos vestibulares, merecem a leitura dos jovens estudantes:
Publicado orginalmente ainda na década de 1970, Tropicália – Alegoria, Alegria tornou-se um dos mais importantes estudos sobre um dos movimentos culturais que mudou o Brasil. Agora o livro chega à sua 5ª edição. O autor reconstitui os nexos entre as composições, os arranjos e as cenas que caracterizam os gestos particulares dos tropicalistas. Explica também as tendências gerais do movimento e mostra como ele desenhou uma nova estética para a música brasileira.
Os significados – e o enigma – da obra literária não devem jamais ser pacificados por uma “leitura de acomodação”. Esse é o princípio que rege os ensaios desta coletânea, divididos em cinco partes. A partir das associações que puxam o leitor para fora do livro, a memória faz ecoar outras reflexões, outras leituras, outras memórias… Assim se vai constituindo o texto de ecos infinitos a que se costuma chamar de crítico ou ensaístico, tradição que Leituras Desarquivadas representa e revigora.
Você conhece a história das cores nas pinturas antigas? Do que eram feitas as tintas na era pré-industrial? Um texto instigante de Philip Ball, traduzido por Roberto de Oliveira (médico e professor da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro. É organizador do livro A Visita da Peste, juntamente com Jerusa Pires Ferreira, futuro lançamento da Ateliê Editorial). Com projeto gráfico de Gustavo Piqueira e Samia Jacintho/Casa Rex, em As Fontes Primárias de uma História Natural da Paleta do Artista, Philip Ball dedica um capítulo para cada cor primária (vermelho, amarelo e azul), contando histórias e curiosidades, em uma leitura fluida, leve e cheia de informação.
Assim como “não se compra um livro pela capa” – ditado popular que nos lembra sobre o quanto podemos nos enganar com o que está aparente – nem sempre é possível “comprar um livro pelo título”. É o que acontece com este Herdando uma Biblioteca, de Miguel Sanches Neto, que reúne crônicas leves e, ao mesmo tempo, emocionantes sobre a relação apaixonada com os livros.
Paradeiro, romance de estreia de Luís Bueno, foi aclamado pela crítica ao vencer o Prêmio Literário Biblioteca Nacional na categoria romance. No livro, o autor traz à tona questões como doença e morte, experiências radicalmente transformadoras da existência humana. O livro tem uma estrutura incomum, que instiga o leitor. Paradeiro tem como um de seus cenários a cidade de São José dos Campos. Mas, o romance acontece em épocas diferentes e a ação envolve personagens distintos. O exercício de estilo desafiou o autor. “Os três planos da narrativa não se relacionam pelo enredo. Ao contrário, as personagens têm pouco ou nenhum conhecimento uma da outra”, afirma Bueno.
Somente nos Cinemas, livro de contos de Jorge Ialanji Filholini, é um lançamento da Coleção LêProsa, da Ateliê Editorial, que enfoca a literatura de autores brasileiros contemporâneos. A coleção é coordenada por Marcelino Freire, também organizador da Balada Literária e autor de Angu de Sangue.
Para vestibulandos e não-vestibulandos que querem entender melhor porque um livro se torna um clássico, a pedida é a Coleção Clássicos Ateliê, criada e formatada para que todos possam compreender – e gostar – dos maiores clássicos. Muitos títulos fazem parte das listas dos mais importantes vestibulares do Brasil. Outros, convidam à leitura prazerosa, por pura diversão!