Maria Luiza Tucci Carneiro não escreve para um leitor abstrato, atemporal, mas para um cúmplice dos nossos tempos marcados pelo medo do desconhecido. E embora a história se passe na cidade brasileira de Ourém, trata-se de uma obra de inspiração universal, que investiga a natureza humana nas suas facetas mais frágeis e sórdidas, com muito humor e ironia. [Karina Marques]
A Ateliê Editorial publica o livro Os Diabos de Ourém, de Maria Luiza Tucci Carneiro. Segundo a autora: “O tema da possessão pelo Diabo é pertinente ao discurso histórico, mas também está inscrito no discurso da ficção. Ao longo da História pode-se verificar que nesse mito cristão existem fragmentos de uma realidade facilmente reconhecível no contexto cultural de cada época”. Ela também escreveu: “O enredo também se guia pela ideia de que o homem pode ser transfigurado e moldado à imagem de um mundo de mitos que instigam o ódio e geram dúvidas”.
Em Os Diabos de Ourém, Maria Luiza Tucci Carneiro aborda um tema bastante significativo que invade o desconhecido e mexe com a imaginação, sendo uma leitura proveitosa e instigante cujas narrativas marcantes mostram uma escrita madura e expressiva de uma das maiores autoras da atualidade.
Maria Luiza Tucci Carneiro, natural de Santa Adélia (SP), é historiadora e Professora Livre Docente da Departamento de História da FFLCH – Universidade de São Paulo, desde 1984. Credenciada nos Programas de Pós-Graduação em História Social e Direitos Humanos da Faculdade de Direito São Francisco/USP. Entre 1999 e 2004, foi pioneira no inventário do Fundo Deops/SP, coordenando o Projeto Temático Fapesp Arquivos da Repressão e da Resistência, com Boris Kossoy. Desde 2006 é coordenadora do LEER – Laboratório de Estudos sobre Etnicidade, Racismo e Discriminação/USP, onde mantém a Base de Dados Arqshoah – Arquivo Virtual sobre Holocausto e Antissemitismo. Autora dos livros Dez Mitos sobre os Judeus (Ateliê Editorial, 2020), traduzido para o inglês (Sussex Academic Press, 2020), francês (L’Harmattan, 2020) e espanhol (Cátedra, 2016); Cidadão do Mundo: O Brasil diante do Holocausto e dos Judeus Refugiados do Nazifascismo, 1933-1945 (Perspectiva, 2010), entre outros.