Editora resgata Vida e Morte de M. J. Gonzaga de Sá, um dos livros mais obscuros do autor carioca, que é o homenageado da edição 2017 da FLIP
Vida e Morte de M. J. Gonzaga de Sá é um caso raro na literatura brasileira. Apesar de escrito por um dos mais importantes autores nacionais, é um livro pouco lido, pouco conhecido, pouco estudado e pouco editado. No ano em que Lima Barreto é escolhido o autor homenageado da FLIP – Festa Literária de Paraty – a Ateliê Editorial repara este equívoco e lança, em uma edição especial, o romance.
O volume organizado por Marcos Scheffel, professor da UFRJ, traz um texto introdutório com importantes informações ao leitor que ainda não teve contato com a obra: histórico da publicação, um resumo sobre atuação de Lima Barreto como cronista, um estudo sobre os personagens, informações literárias e as razões sobre as quais esta é uma obra que quase caiu no esquecimento.
Lima Barreto iniciou o projeto de Vida e Morte de M. J. Gonzaga de Sá em 1906, mas o livro só foi publicado mais de uma década depois, em 1919. Isso porque, com dois projetos de romances em mãos – Vida e Morte e Recordações do Escrivão Isaías Caminha – o carioca resolve apresentar Recordações para seu editor. A razão está em uma carta de Lima Barreto a Gonzaga Duque: “Era um tanto cerebrino, o Gonzaga de Sá, muito calmo e solene, pouco acessível, portanto. Mandei as Recordações do Escrivão Isaías Caminha, um livro desigual, propositalmente malfeito, brutal por vezes, mas sincero sempre”.
De fato, Vida e Morte de M. J. Gonzaga de Sá é um romance com um enredo mínimo e voltado a questões filosóficas e existenciais. O narrador, Augusto Machado, assume uma postura de discípulo de Gonzaga de Sá, um velho funcionário público, e faz do romance uma espécie de uma biografia deste, reproduzindo conversas sobre vários temas do cotidiano da cidade e sobre as reformas urbanísticas que estavam em curso no início do século na cidade do Rio de Janeiro. Neste ponto: “Lima Barreto apresenta no livro uma visão histórica que se opunha à visão Positivista (teleológica) que predominava em nosso meio intelectual. Quando havia um coro favorável a soterrar nosso passado colonial, ele trazia uma noção relativa do belo e de uma história que não devia ser lida de maneira linear”, explica o organizador.
Apesar da morte prematura, aos 41 anos, o legado de Lima Barreto à literatura brasileira é de grande importância. Por isso, discutir sua obra e colocar sua produção literária à disposição do público é bastante significativo. “[…]Vida e Morte não mereceu tanta atenção da crítica, dos leitores e do mercado editorial – gerando uma espécie de ciclo de esquecimento. Espero que a partir desta edição possamos ver novos estudos sobre esta importante obra”, conclui Scheffel.
Lançamento
O lançamento de Vida e Morte de M. J. Gonzaga de Sá faz parte do calendário oficial de atividades da FLIP 2017:
Data: quinta-feira, 27/07/2017
Local: Livraria das Marés – R. Ten. Francisco Antonio, 52 – Centro Histórico, Paraty – RJ. Tel: (24) 3371-2296
A partir das 15h
Serviço:
ISBN 978-85-7480-765-2
Tamanho: 12X 18cm
Número de páginas: 264
Preço: R$ 39,80
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