Massao Ohno, Editor é uma obra importante que dá luz e forma a um dos mais importantes editores do Brasil, assim como fornece o estudo sobre a linguagem, editoração e o trabalho gráfico que transformou o mercado editorial e que não pode ser esquecido.
O objetivo inicial da obra foi o levantamento da produção editorial de Massao Ohno – morto em 2010 -, apresentada cronologicamente, e que pode servir de referência para outras abordagens de sua carreira. Houve também o propósito de conferir a colaboração dos artistas, seus parceiros no desenho de capas e ilustrações. Acompanham a reprodução colorida das capas, apontamentos históricos, biográficos e depoimentos, relacionados aos autores e às obras. Deste rastreamento são reproduzidas capas de 174 obras, que permitem observar como se deu e se firmou sua marca. Mesmo sem acesso a toda sua produção, são destacadas algumas preferências de Massao e a primeira fase da editora, de 1960 a 1964.
Nesse período culturalmente intenso, não só os novos poetas tiveram nele um veiculador sensível e comprometido em dar identidade a seus projetos. Poetas conhecidas, como Hilda Hilst, Renata Pallottini, Jorge Mautner, Eunice Arruda e Lupe Cotrim Garaude, receberam dele atenção especial. Cuidou também de outros gêneros, editando de obras teatrais, clássicos orientais e se tornando o maior divulgador do gênero haicai. Além disso, Massao Ohno mudou a trajetória da poesia nacional ao lançar a Coleção Novíssimos, na década de 1960, em que incluía, entre outros, Roberto Piva e Claudio Willer.
José Armando Pereira da Silva é Mestre em Teatro pela Universidade do Rio de Janeiro e em História da Arte pela USP. Pertence à Associação Brasileira de Críticos de Arte (ABCA) Publicou: Província e Vanguarda, Thomas Perina – Pintura e Poética, João Suzuki – Travessia do Sonho, A Cena Brasileira em Santo André, Paulo Chaves – Andamentos da Cor e Artistas na Metrópole – Galeria Domus, 1947-1951. Organizou: Guido Poianas – Retratos da Cidade, Vertentes do Cinema Moderno, Luís Martins, um Cronista de Arte em São Paulo e José Geraldo Vieira – Crítica de Arte na Revista Habitat.
Massao Ohno nasceu em São Paulo em 1936, foi um dos maiores editores independentes do Brasil. Filho de imigrantes japoneses, dedicou a vida toda a produzir edições artísticas de autores que eram, em sua maioria, poetas e desconhecidos. Foi essencialmente importante na poesia brasileira com o lançamento da Coleção Novíssimos, nos anos de 1960, tendo, entre outros, as obras de Roberto Piva, Eunice Arruda e Claudio Willer. Seu método editorial foi inovador para o mercado, desde o papel utilizado, os cortes meticulosos, além de um trabalho artesanal especial, modernizando a edição gráfica nacional. Em cinco décadas, Massa Ohno editou mais de 700 obras, falecendo no ano de 2010.