O Língua
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Os personagens de O Língua são ancestrais indígenas que habitavam os sertões centrais da Bahia, e se refugiaram nos gerais do Rio Preto, que tem suas nascentes no extremo Oeste do Estado. Vivem ali, à beira dos brejos, desde que lhes fizeram guerra os portugueses pela posse das terras para suas fazendas de gado e exploração de minérios.
Eles se encontram em reuniões rituais e narram a história de suas vidas, que no passado se entrelaçaram.
Narradas em primeira pessoa, o ponto de convergência dessas histórias individuais é a história de Leonel, mameluco, primeiro brasileiro, como ensina Darcy Ribeiro. Ele nasceu de uma união violenta de Antônio Pereira, fazendeiro e padre, destruidor de povos indígenas, com a menina Ialna, por ocasião de um assalto a uma aldeia anaió.
Após viver com o filho durante a infância dele, Ialna perde-o para os padres jesuítas, que o mandam mais tarde para a frente de batalhas, para lutar contra seu próprio povo, ensejando uma das maiores tragédias do povo indígena e, afinal, do próprio povo brasileiro, já que a traição de Leonel parece ter cavado uma divisão até hoje insuperável na sociedade brasileira.
Capa: Gustavo Piqueira (Casa Rex)
Descrição
(Sem Sumário)
Informação adicional
Peso | 0,380 kg |
---|---|
Dimensões | 14 × 21 × 0,11 cm |
Ano |
2018 |
Edição |
1ª edição |
Encadernação |
brochura |
ISBN |
978-85-7480-818-5 |
Páginas |
192 |
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Autores

Eromar Bomfim nasceu em Formosa do Rio Preto (BA). Filho de comerciantes, aos 13 anos de idade, mudou-se com a família para São Paulo. Estudou Letras na USP, com pós-graduação em literatura brasileira. Publicou o romance O Olho da Rua, pela Nankin Editorial, em 2007, e Coisas do Diabo Contra, pela Ateliê Editorial, em 2013 e, agora, O Língua, também pela Ateliê Editorial.
João Nogueira –
O Língua é a saga do Niilismo dos povos nativos do território brasileiro. Viajar nas recordações dos personagens é se permitir visualizar um terreno gigante onde a natureza é a paisagem comum. Em cada descrição do território coberto por sua fauna e por sua flora com tantos detalhes impressos deparamos com o que já era de prelibar a quem leu os romance anteriores de Eromar Bomfim. O livro nos leva a uma reflexão especial sobre nossa própria história e nos mostra um lado nada análogo a tudo que conhecemos sobre a trajetória da colonização em nosso país. É pra ler com total atenção e ao terminar a leitura voltar ao inicio e ler tudo de novo. A ficção é deliciosa e nos assombra com seu grito estrepitoso ao mostrar que a expansão portuguesa pelo território daquele novo mundo foi brutal e dizimadora dos povos nativos. Fica aqui a minha sugestão para não largar o livro enquanto não chegar ao final.