Segundo Livro do Bom Pantagruel, Rei dos Dipsodos… O
R$ 146,00
Escrito em 1532, sob o pseudônimo Alcofrybas Nasier, Pantagruel é sucesso imediato, e terá várias reedições. Nesse mesmo ano sairá a Prognosticação Pantagruelina para 1533, com reedições subsequentes. Encorajado, Rabelais publica o Almanaque para o Ano 1533 já em nome próprio, e como como doutor em medicina e professor de astrologia.
Inspirado num diabrete cuja função, entre outras, era a de jogar sal dentro da boca de bebedores para beberem mais, Pantagruel, com Rabelais, se transforma em personagem símbolo do Pantagruelismo, a filosofia dos que gozam da vida “em paz, alegria, saúde e sempre comendo bem”. A obra já contém em germe os elementos que Rabelais desenvolverá em torno desse personagem, agora gigantesco, e que crescerá em estatura moral mesmo que ocasionalmente diminuindo de tamanho, no Terceiro e Quarto Livro, já publicados pela Ateliê Editorial, no projeto de tradução iniciado há quinze anos, da Obra Completa de Rabelais comentada, anotada e com introduções por Élide Valarini Oliver.
O livro introduz o leitor a Panurge, o anti-herói provocador, mercurial, pícaro, libertino, canalha, covarde, e ao grupo de outros personagens que acompanham Pantagruel em suas aventuras nas obras seguintes. A obra corre em paralelo com o segundo livro publicado por Rabelais, Gargantua, e alcança, além de todo o humor e aventura, diretamente o leitor contemporâneo quando postula temas perenes como a invasão e a guerra.
O âmbito linguístico usado por Rabelais prima pela plasticidade com que o autor cria e transforma a linguagem, empregando registros que passam rapidamente do erudito ao coloquial. Trocadilhos intraduzíveis, sintaxe, vocabulário, rimas, ritmo, voz e a língua francesa do século dezesseis. A tudo isso deve o tradutor fielmente responder, o que torna a tradução de Rabelais mais do que um desafio, um ato de coragem.
A presente tradução é feita diretamente a partir da primeira edição e posteriores correções do autor, publicada por Claude Nourry, em Lyon (1532).
Élide Valarini Oliver é professora de literatura brasileira e literatura comparada na Universidade da Califórnia, Santa Barbara e especialista na obra de Rabelais, sendo autora de inúmeros artigos. Seu livro Joyce e Rabelais: Três Leituras Menipeias é uma obra rigorosa e original em que a autora estabelece relações entre estes dois escritores. Autora também de Variações sob a Mesma Luz. Machado de Assis Repensado, livro que foi extremamente bem recebido pela crítica. Poeta, autora de Campo Ceifado Agora, com introdução de Luiz Costa Lima. Ela é diretora do Centro de Estudos Portugueses no Departamento de Espanhol e Português da Universidade da Califórnia, Santa Barbara e é também editora de Santa Barbara Portuguese Studies, cuja série pode ser lida em impressão digital em seu site. Élide Valarini Oliver ganhou o prêmio Jabuti de tradução, com seu primeiro livro traduzido da série de Rabelais, O Terceiro Livro. A tradução das obras completas de Rabelais, com comentários, introdução e notas, vem sendo feita pela autora há mais de vinte e cinco anos, tendo ela recentemente completado o resto da obra: o assim chamado Quinto Livro, publicado após a morte do autor, e seus almanaques e prognósticos, jamais antes traduzidos em língua portuguesa. Suas traduções já publicadas foram consideradas por um dos maiores críticos de literatura brasileira, agora falecido, como “não apenas uma obra de tradução, mas uma obra que faz parte da literatura brasileira”.
Tradução, Introdução, Notas e Comentários: Élide Valarini Oliver
Ilustrações: Gustave Doré
Coedição: Editora Unicamp
Descrição
Cronologia
Introdução
Pantagruel: O Personagem
Pantagruel: A Obra
A Concepção da Obra
Panurge
A Invasão
A Tradução
PANTAGRUEL REI DOS DIPSODOS, RESTITUÍDO A SEU NATURAL,
COM OS FEITOS E PROEZAS ESPANTOSAS
Ao Autor deste Livro
Prólogo do Autor
Capítulo 1: DA ORIGEM E ANTIGUIDADE DO GRANDE PANTAGRUEL
Capítulo 2: DA NATIVIDADE DO MAIS QUE FORMIDÁVEL PANTAGRUEL
Capítulo 3: DO LUTO DE GARGANTUA PELA MORTE DE SUA MULHER
BADEBEC
Capítulo 4: DA INFÂNCIA DE PANTAGRUEL
Capítulo 5: DOS FATOS DO NOBRE PANTAGRUEL EM SUA JOVEM IDADE
Capítulo 6: COMO PANTAGRUEL ENCONTROU UM LIMOSINO QUE
ESTROPIAVA A LÍNGUA FRANCESA
Capítulo 7: COMO PANTAGRUEL VEIO A PARIS. E OS BELOS LIVROS DA
BIBLIOTECA DE SAINT VICTOR
Capítulo 8: COMO PANTAGRUEL ESTANDO EM PARIS RECEBEU CARTA DE SEU PAI GARGANTUA, E A CÓPIA DAQUELA
Capítulo 9: COMO PANTAGRUEL ENCONTROU PANURGE, A QUEM AMOU TODA SUA VIDA
Capítulo 10: COMO PANTAGRUEL EQUITATIVAMENTE JULGOU UMA
CONTROVÉRSIA MARAVILHOSAMENTE OBSCURA E DIFÍCIL TÃO
JUSTAMENTE QUE SEU JULGAMENTO FOI DITO FORTEMENTE ADMIRÁVEL
Capítulo 11: COMO OS SENHORES DE BEIJACU E SORVEPEIDO PLEITEARAM DIANTE DE PANTAGRUEL SEM ADVOGADO
Capítulo 12: COMO O SENHOR DE SORVEPEIDO PLEITEOU DIANTE DE
PANTAGRUEL
Capítulo 13: COMO PANTAGRUEL DEU SENTENÇA AO DIFERENDO DOS
DOIS SENHORES
Capítulo 14: COMO PANURGE NARROU A MANEIRA COMO ESCAPOU DA
MÃO DOS TURCOS
Capítulo 15: COMO PANURGE ENSINA UMA MANEIRA BEM NOVA DE
CONSTRUIR AS MURALHAS DE PARIS
Capítulo 16: DOS COSTUMES E CONDIÇÕES DE PANURGE
Capítulo 17: COMO PANURGE GANHOU PERDÕES E CASOU AS VELHAS,
E DOS PROCESSOS QUE TEVE EM PARIS
Capítulo 18: COMO UM GRANDE CLÉRIGO DA INGLATERRA QUERIA
ARGUIR CONTRA PANTAGRUEL, E FOI VENCIDO POR PANURGE
Capítulo 19: COMO PANURGE DEU QUINAU NO INGLÊS QUE ARGUMENTAVA POR SINAIS
Capítulo 20: COMO THAUMASTE CONTA AS VIRTUDES E SABER DE PANURGE
Capítulo 21: COMO PANURGE SE APAIXONOU POR UMA GRANDE DAMA
DE PARIS
Capítulo 22: COMO PANURGE PREGOU UMA PEÇA NA DAMA PARISIENSE QUE NÃO TROUXE NENHUMA VANTAGEM PARA ELA
Capítulo 23: COMO PANTAGRUEL PARTIU DE PARIS TENDO NOTÍCIAS DE QUE OS DIPSODOS INVADIAM O PAÍS DOS AMAUROTAS. E A CAUSA PELA QUAL AS LÉGUAS SÃO TÃO PEQUENAS NA FRANÇA
Capítulo 24: CARTA QUE UM MENSAGEIRO LEVOU A PANTAGRUEL DE UMA DAMA DE PARIS, E A EXPLICAÇÃO DE UMA PALAVRA ESCRITA EM UM ANEL DE OURO
Capítulo 25: COMO PANURGE, CARPALIM, EUSTHENES, EPISTEMON,
COMPAHEIROS DE PANTAGRUEL, DERROTARAM SEISCENTOS E SESSENTA CAVALEIROS BEM ASTUTAMENTE
Capítulo 26: COMO PANTAGRUEL E SEUS COMPANHEIROS ESTAVAM
ENFASTIADOS DE COMER CARNE SALGADA, E COMO CARPALIM FOI CAÇAR PARA TEREM CARNE FRESCA
Capítulo 27: COMO PANTAGRUEL ERIGIU UM TROFÉU EM MEMÓRIA DA
PROEZA, E PANURGE, UM OUTRO EM MEMÓRIA DAS ALAVANCAS. E COMO PANTAGRUEL COM SEUS PEIDOS ENGENDROU OS HOMENZINHOS E COM PEIDOS SILENCIOSOS, AS MULHERZINHAS. E COMO PANURGE ROMPEU UM GROSSO BASTÃO ENTRE DOIS COPOS
Capítulo 28: COMO PANTAGRUEL OBTEVE VITÓRIA BEM ESTRANHAMENTE CONTRA OS DIPSODOS E OS GIGANTES
Capítulo 29: COMO PANTAGRUEL DERROTOU OS TREZENTOS GIGANTES
ARMADOS DE PEDRA. E LOUPGAROU, SEU CAPITÃO
Capítulo 30: COMO EPISTEMON QUE TEVE CARTADA A COBEÇA FOI
CURADO HABILMENTE POR PANURGE. E DAS NOTÍCIAS DOS DIABOS E
DOS CONDENADOS
Capítulo 31: COMO PANTAGRUEL ENTROU NA CIDADE DOS AMAUROTAS. E COMO PANURGE CASOU O REI ANARCO, E O FEZ PREGOEIRO DE MOLHO VERDE
Capítulo 32: COMO PANTAGRUEL COM SUA LÍNGUA COBRIU TODO UM
EXÉRCITO, E DO QUE O AUTOR VIU DENTRO DE SUA BOCA
Capítulo 33: COMO PANTAGRUEL FICOU DOENTE, E A MANEIRA COMO
SAROU
Capítulo 34: A CONCLUSÃO DO PRESENTE LIVRO, E A DESCULPA DO
AUTOR
Bibliografia
Informação adicional
Peso | 0,860 kg |
---|---|
Dimensões | 18 × 27 × 2 cm |
Ano |
2021 |
Edição |
1a. edição |
Encadernação |
Capa dura, Ilustrado |
ISBN |
978-65-5580-055-5 |
Páginas |
264 |
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Autores

François Rabelais (1494-1553) foi escritor, padre e médico francês do Renascimento. Ficou para a posteridade como o autor das obras-primas cômicas Pantagruel e Gargântua, que exploravam lendas populares, farsas, romances, bem como obras clássicas. O escatologismo foi usado para condenação humorística. A exuberância da sua criatividade, do seu colorido e da sua variedade literária asseguraram a sua popularidade. Foi um sacerdote de fraca vocação, erudito apaixonado pelo saber, de espírito ousado e com propensão para as novidades e para as reformas. Depois de aparentemente ter estudado Direito, tornou-se franciscano e iniciou os seus contatos com o movimento humanístico, trocou correspondência com G. Budé e com Erasmo de Roterdam. Depressa adquiriu fama de grande humanista junto dos seus contemporâneos, mas a sátira religiosa, o humor escatológico e as suas narrativas cômicas abriram-lhe o caminho para a perseguição. A sua vida estava dependente do poder de várias figuras públicas, nos tempos perigosos de intolerância que se viviam na França. Por ordem da Sorbonne, viu confiscados os seus livros, tendo então passado para a ordem dos beneditinos. Interessou-se pelo Direito e sobretudo pela Medicina. Médico em Lyon, aí publicou uma edição dos Aforismos de Hipócrates, Pantagruel (1532), seguido por Gargântua (1534). A proteção do cardeal J. Du Bellay salvou-o da repressão da Sorbonne que lhe condenara a obra. Depois de receber a permissão para o abandono do hábito, obteve o doutoramento em Medicina. O Quarto Livro, concluído em 1552, só foi publicado 11 anos após a sua morte. Pretendeu libertar as pessoas da superstição e das interpretações adulteradas que a Idade Média alimentara, não indo entretanto contra o Evangelho nem contra o valor divino. A obra de Rabelais constituiu uma das mais originais manifestações da crença do homem nas suas capacidades, simbolizadas pelo gigantismo das personagens. Inimigo da Idade Média, atacou a cavalaria, a mania conquistadora, o espírito escolástico e sobretudo o sistema de educação.
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