Autora teve acesso a toda obra do poeta, inclusive textos raros, não publicados, e identificou um fio condutor de natureza metalinguística, que vai se transmutando com o passar dos anos.
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Participe do lançamento dia 10 de abril, na Livraria da Vila
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Para Augusto de Campos, “Beatriz Amaral soube mapear com acuidade o percurso especulativo de Edgard Braga, cuja obra, especialmente a mais radical, fulcrada no desenho e na caligrafia, veio a influenciar toda uma nova geração de poetas como Walter Silveira, Tadeu Jungle e Arnaldo Antunes.”
A Transmutação Metalinguística de Edgard Braga, de Beatriz H. Ramos Amaral, revisita todo o longo percurso literário do poeta brasileiro, constituindo um vasto painel de toda sua obra, desde os primeiros trabalhos, publicados nos anos trinta e pertencentes à fase verbal, até as obras editadas em meados dos anos oitenta, de natureza estritamente visual – poesia caligráfica – época em que o próprio Braga desenvolveu seus “taoemas”, poemas tatuados sobre o papel. Tendo tido acesso a toda obra de Edgard Braga, inclusive textos raros, não publicados, Beatriz Amaral identifica um fio condutor de natureza metalinguística, que vai se transmutando com o passar dos anos.
Investigando essas transformações, e analisando um conjunto de vinte poemas de Braga – representativo de suas várias fases – a autora propõe as categorias de “metalinguagem de construção” e “metalinguagem de expressão”, expressões que cunha e com as quais esclarece os procedimentos de transformação de sua poética. Analisa um conjunto de vinte poemas de E. Braga em que explicita sua proposta de estudo. Este livro resulta da dissertação de mestrado apresentada ao Programa de Estudos Pós-graduados em Literatura e Crítica Literária da PUC-SP.
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Edgard Braga, chamado de “patriarca semiótico” por Haroldo de Campos, nasceu no final do século XIX – em 10 de outubro de 1897, em Maceió. Enviado pelos pais para o Rio de Janeiro, estudou no Colégio Alemão por um ano, até ingressar na Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Ainda estudante, era revisor do jornal “O País” e começou a escrever crônicas para a revista “A Caneta”. No grupo de seus amigos universitários, estava Cassiano Ricardo. Entre 1917 e 1918, em São Paulo, conheceu Di Cavalcanti, Paulo Setúbal, Menotti Del Picchia e Oswald de Andrade, que se tornou seu grande amigo. Em 1922, envolvido no trabalho de final de curso na Faculdade de Medicina, acabou não participando da Semana de 22. Teve a tese de formatura premiada, fez estudos de pós-graduação na Alemanha e, jamais tendo deixado de escrever, publica em 1933 seu livro inicial. Seguem-se vários livros até 1959, quando intensifica em seu trabalho a exploração da visualidade e dos espaços em branco. Nos anos sessenta, aproxima-se dos criadores da poesia concreta, Haroldo de Campos, Augusto de Campos e Décio Pignatari e com eles, participa da Revista Invenção. Os livros Soma (1963), Algo (1971 – com posfácio de Augusto de Campos), Tatuagens (1976), Murograma (1982) e Infância (1983), trazem as obras da fase mais inventiva e arrojada da poesia de Braga.
Beatriz H. Ramos Amaral é poeta, ensaísta e musicista. Autora de dez livros, entre os quais Encadeamentos (1988) Poema sine praevia lege (finalista do Prêmio Jabuti de 1994), Luas de Júpiter (2007). Gravou o CD Ressonâncias em parceria com o músico Alberto Marsicano. Recebeu o Premio Internazionale Francesco de Michele, de Caserta, Itália. Tem participado de diversas coletâneas no Brasil e exterior e publicado resenhas e artigos em jornais e revistas literárias. Formada em Direito pela USP e em Música pela FASM, é Mestre em Literatura e Crítica Literária pela PUC-SP. Sua dissertação de mestrado, sobre a obra de Edgard Braga, que deu origem ao presente livro, foi finalista do Premio ANPOLL 2008, por indicação da PUC-SP.
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