Em livro publicado pela Ateliê Editorial, Paulo Franchetti e Plinio Martins Filho refletem sobre as editoras universitárias no Brasil

A Ateliê Editorial publica o livro Editoras Universitárias Para Quê?, escrito à quatro mãos por Paulo Franchetti e Plinio Martins Filho. A obra reúne textos dos dois experientes autores que exerceram importantes trabalhos editoriais em duas consagradas instituições universitárias públicas: Editora da Unicamp, por Franchetti; e a EdUSP, por Martins Filho. O projeto gráfico e capa são da Casa Rex.
Dividido em duas partes, sendo a primeira escrita por Paulo Franchetti, que durante onze anos presidiu a Editora da Unicamp, são abordadas a história da produção estatal de livros, bem como sobre o crescimento da imprensa universitária e a constituição de público para livros técnicos e monografias eruditas. Um exemplo está no texto do capítulo de mesmo nome do livro, em que Franchetti reflete sobre o segmento oposto que as editoras universitárias caminham em relação ao mercado editorial: “Por não visar ao retorno imediato, uma editora universitária pode contemplar de modo diferente a publicação de obras de um campo do saber já consolidado e de um campo do saber ainda em formação no país, assumindo os custos de fazer livros para leitores potenciais que só existirão a partir do momento em que um conjunto significativo de livros daquela área específica estiver disponível no mercado”.
Já na segunda parte, Plinio Martins Filho apresenta em seus textos muitos anos de estudo e atuação no campo do livro acadêmico. Depois de significativa experiência em editora de mercado, Martins Filho participou da reorganização editorial da Editora da Universidade de São Paulo, Edusp, que presidiu por muitos anos. É com base na sua cinquentenária vivência editorial que expõe e discute os caminhos e desafios para criar e manter uma editora universitária, focando nos aspectos conceituais, bem como nas questões prementes da prática editorial cotidiana, incluindo a atividade docente, fundamental para a formação de editores. É o caso apontado por Plinio Martins Filho no capítulo Caminhos e Desafios: “[…] a editora universitária deve estimular a experimentação e a inovação no campo editorial, provocando novas formas de produção, impressão e comercialização do livro. Precisa implantar ações que aprimorem o processo de seleção dos originais, a produção editorial e o projeto gráfico, além de estabelecer novas formas de relacionamento com os autores e diferentes estratégias de divulgação e distribuição”.
Um importante volume, em que documenta um momento particularmente feliz das editoras universitárias, seja pelo preparo e competência técnica, no caso de Plinio, seja pela plena dedicação à causa do livro universitário, no caso de Paulo.