Com a Palavra

Com a Palavra n.34: a evolução gráfica dos cartazes cervejeiros

Não tem como evitar, desde que você cria consciência na sociedade, a propaganda está presente. Nas ruas, nos vagões de metrôs, nas traseiras de ônibus, nos jornais, sites, nas mesas e paredes de bares. Há sempre um cartaz te convidando para experimentar um gole de cerveja de uma determinada empresa.

Rostos felizes, amigos brindando, mulheres convidativas, até mesmo mascotes e garotos propagandas fazem parte do imaginário. Mas, como surgiram as primeiras propagandas de cerveja no país, assim como quais foram as influências desses cartazes para que a bebida alcóolica em questão se torne a mais consumida pela população do Brasil.

A obra A História da Cerveja no Brasil – O Legado de Stupakoff e Künning apresenta a história empresarial, temperado com doses certas de história dos costumes, da difusão da tecnologia, e de estratégias de negócios.

O destaque deste Com a Palavra será a importância das propagandas – com foco nos cartazes e pôsteres – para a comercialização da cerveja no território brasileiro, tendo uma das influências a Belle Époque, surgida na França.

Para os amantes da cerveja, o livro fornece um retrato de como a bebida surgiu, bem como os meios de negócios em torno dela. É uma obra inédita e ricamente ilustrada com fotografias, rótulos e peças publicitárias de época.

Leia a seguir um trecho do capítulo A Sedução do Consumidor, presente no livro. Aproveite o mês de aniversário da Ateliê Editorial para garantir o título com 50% de desconto (CLIQUE AQUI).

A Sedução do Consumidor por Henri Kistler e Rogério Furtado

A evolução gráfica dos cartazes coloridos, somada ao entendimento de que a mente do consumidor toma decisões baseando-se não apenas na razão, mas nas emoções, permitiu a elaboração das peças publicitárias modernas. Nessa nova era, quanto mais sutil a mensagem, mais eficiente, porque o consumidor deve ser seduzido a desejar o produto.

A origem dessa mudança é relacionada com o espírito da denominada Belle Époque, surgida na França do final do século XIX. Era um período de relativa paz, inovação e prosperidade econômica, dentro de uma transição do rural para o urbano. Paris, em particular, vivia um esplendor iniciado após a reforma arquitetônica de Haussmann e o fim da Guerra Franco-Prussiana em 1871.

Surge assim a Paris da Belle Époque, onde os espetáculos e a busca pelo entretenimento e prazer ganhavam força. Esses espetáculos não eram os clássicos drama ou comédia, mas envolviam mulheres e dança e centravam-se na representação de sonhos e desejos.

O bairro de Montmartre em particular se tornou reduto da boemia, composta por artistas e intelectuais, além de jovens burgueses que podiam pagar a conta. Ali foi fundado o até hoje famoso cabaré Moulin Rouge, em 1889. Um de seus frequentadores assíduos era o pintor impressionista Henri de Toulouse-Lautrec, que passou a fazer cartazes publicitários para o cabaré. Ele adorava em particular a bailarina La Goule, ou A Gulosa.

Quando o cartaz de Lautrec foi afixado nas ruas de Paris, em 1891, nascia um novo conceito publicitário. Lautrec e seu compatriota Jules Chéret são reconhecidos por serem pioneiros na criação de cartazes combinando linguagem visual e verbal, transmitindo mensagens de impacto, utilizando a mulher como elemento atrativo. De forma geral, os cartazes prendem a atenção do público e transmitem a mensagem que se deseja de forma imediata.

Essas obras eram ricas em detalhes. Trabalhavam com a profundidade e efeitos de luz e sombra, que passavam um efeito de tridimensionalidade, atraindo o olhar. O uso das cores também não é à toa; o amarelo garante uma visualização melhor à distância, com o preto como elemento de contraste negativo. Até mesmo a tipologia se une à imagem de forma harmônica e passiva.

De qualquer forma, o elemento central é o uso da imagem da mulher para despertar o interesse dos homens, o que acabaria de servir de inspiração para o que viria a surgir no Brasil.

Demoraria um tempo, pois enquanto a França já vivia a Belle Époque, o Brasil passava pelas crises do encilhamento e do final do século XX. Assim, apenas no início do século XX o Rio de Janeiro pôde imitar Paris, o que se deu inclusive na arquitetura da cidade. Paralelamente, a publicidade nacional pôde se utilizar dos recursos criados por Chéret e Lautrec, cujo ápice se deu justamente quando a França vivia o fim daquela época dourada, com o início da Primeira Grande Guerra.

Assim surge a mulher como símbolo recorrente na publicidade da cerveja no Brasil. Funcionou, pois, da mesma forma que a cerveja, a mulher sempre foi um componente associado ao lazer do homem brasileiro. Todavia, os novos anúncios não são desenhados apenas para os homens, mas também para que as próprias mulheres consumam, pois afinal, são metade da população.

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